O nome Origens Portinari não poderia ser mais certeiro: em seu projeto para a CASACOR São Paulo 2023, o paisagista Alex Hanazaki conta a história da jornada de criação, começando pela experiência do vazio, passando pela transformação da matéria-prima, até chegar no produto final, que une arte e tecnologia. É um percurso interligado por quatro ambientes distintos, que transita por diversos estilos da arquitetura paisagística brasileira
“A mensagem principal é trazer a reflexão sobre a transformação da matéria bruta, associada à tecnologia, nos produtos Portinari. Um caminho através do caminho. Não se faz arquitetura sem terra, água e fogo. Não se faz Portinari sem terra, água e fogo”, explica.
Logo no corredor de entrada, há um anticlímax: o espaço com palavras iluminadas é um convite para se desconectar do mundo exterior e entrar no universo Portinari. Dali, o visitante já vislumbra o grande jardim, um ambiente que evidencia a presença do elemento terra, a matéria-prima essencial, de onde brotam todas as outras.
O piso de todo o espaço é revestido com a coleção Lounge da Portinari, inspirada na pedra Perlino Grey, que destaca os tons de cinzas com veios e pequenos fragmentos que resultam em uma beleza singular. O porcelanato é indicado para todos os tipos de ambientes residenciais e para locais comerciais de tráfego médio.
Num segundo momento, um espelho d’água revestido com Lounge GR HARD se estende do chão às paredes e apresenta a transformação do cenário. O porcelanato que se destaca pelos tons cinzas com veios ganha a ornamentação de uma vegetação mais tropical, com espécies da Mata Atlântica, e é acompanhado do som da cascata.
Água e terra são matérias que se encontram com um processo: o fogo. E esse é o elemento do terceiro ambiente, que ganha a companhia de um paisagismo de escolhas nada óbvias até chegar à Praça Portinari, ponto alto do projeto, que traz experiências sensoriais acompanhadas por trilhas sonoras e aromas distintos.
A praça simboliza a cidade de São Paulo, do vanguardismo à tecnologia. É um jardim cênico elaborado por totens esculturais de lastras, formando uma grande instalação com diferentes linhas e tamanhos. A sensação de amplitude está no próprio formato das peças que chegam a 320 cm. A grandiosidade das lastras está na sua funcionalidade e beleza, que agrega design e requinte ao ambiente.
No plano de fundo, uma grande estrutura feita de cobogós circunda todo o espaço. Os revestimentos foram feitos exclusivamente para a CASACOR, em tons quentes, trazem vida a composição de forma harmônica. Há também uma beleza nipônica, na sutileza da fotografia melancólica.
“Somos o encontro de essências, de sentidos e emoções. Não se faz arquitetura paisagística sem-terra, água e fogo. Essa é a origem de tudo. É quando a terra se movimenta, a água flui e o fogo se transforma. É assim que a gente faz arte, a arte de viver a vida,” finaliza Hanazaki.