Flávia Mattar encontra nos millennials uma nova perspectiva de morar: meio escritório, meio biblioteca, o refúgio urbano que assina para a CASACOR Paraná 2019 pretende ser verde. Não só em questão cromática, mas em todas as voltas que a palavra resguarda – próximo da natureza, sustentável, matiz da juventude, da esperança e da saúde.
A cor lava as paredes e dá o nome do espaço, Verde que Te Quero Verde, inspirado no próprio tema da CASACOR 2019, Planeta Casa. Em 36 m², o ambiente é repleto de memórias afetivas, e se banha indiretamente pela luz do sol, com luz baixa no início de noite.
Painéis e uma grande estante de livros verde escura dão vida ao projeto, emoldurados por um amadeirado claro em treliças. A contraposição dos tons mais claros com os mais escuros garantiu sofisticação e aconchego ao escritório.
O piso de madeira apela ao vintage, no estilo de tacos antigos em padrão espinha de peixe, conversando com o resto do mobiliário resgatado de antiquário, com estética dos séculos XIX e XX e de caráter campesino e citadino.
A composição evoca a questão da sustentabilidade com muito charme, harmonizados com a tendência de resgate do passado e de proximidade com a natureza, que é latente na nova geração.
Além disso, um dos principais nortes para o projeto foi a utilização de mobiliário restaurado, em peças de família, com histórias para contar e com o calor da madeira em seu estado natural. Para aquecer, foram dispostas tapeçarias e tecidos em cores e texturas diversas, em almofadas e tapetes orientais que fluem pelo espaço.
Mais uma vez a questão da sustentabilidade entra em voga, com o grande tapete iraniano da década de trinta, trazido numa releitura, através de nova lavagem e pigmentação.
O espaço também é repleto de objetos de arte, que vão da fotografia à arte moderna e ao academicismo, em uma mescla que demonstra personalidade. As obras foram usadas um pouco mais baixas, tirando o efeito galeria e emoldurando os outros elementos de uma forma harmônica.
Elementos naturais e afetivos foram usados, como lembranças de viagem, para produzir uma bossa de proximidade, de forma a transformar o cantinho de trabalho em um espaço atrelado ao bem estar, ao convívio e às lembranças.