Arquiteto japonês deixa árvore no centro da casa em respeito a natureza
Na casa com pé direito duplo localizada em um subúrbio de Osaka, elementos da arquitetura japonesa tradicional estão presentes
Aproveitar o pé direito duplo é o desejo de muitos e arquitetos existem várias formas de fazer isso. O arquiteto japonês Kohei Yukawa lançou mão de toda a sua criatividade para incluir no seu lar uma árvore no centro da sala de estar.
Batizada como Margin House, a casa fica localizada em um subúrbio de Osaka e tem a fachada com acesso à uma rua, enquanto a traseira está em um terreno agrícola. O nome foi eleito justamente para descrever esse aspecto, como uma “margem” que conecta o edifício à cidade, ao céu e ao campo.
“Procuramos criar uma casa onde o ambiente – luz, vento, vegetação, cores e atividades – corresponda ao espaço de vida, proporcionando uma margem que circule entre a estrada particular, o campo e o interior da casa”, contou Yukawa.
Decoração em madeira
Para compor o ambiente, o arquiteto investiu em um espaço clean com madeira contrastando por toda a parte. Esse mix de texturas traz a dualidade do projeto para o interior. Enquanto os revestimentos brancos são mais contemporâneos, a madeira traz o aspecto da natureza de um jeito que harmoniza perfeitamente.
Uma escada de madeira sobe pelo átrio até ao primeiro andar, lá, é possível encontrar uma grande janela de clerestório no lado da casa que é virado para a rua, o que cria uma interessante conexão entre o lado de fora e o de dentro.
Os tetos mais altos no lado voltado para o campo cria uma disposição de volumes que respeita a vegetação presente. O movimento entre as diferentes áreas é acentuado pela forma como a luz entra pelas grandes janelas e interage com a paleta de materiais cuidadosamente escolhida.
A árvore no centro aumenta a sensação de trazer a natureza para dentro do lar, e chama a atenção de quem ali entra.
O espaço de dois andares é baseado nos “doma”, um modelo de quarto bastante comum de casas japonesas tradicionais. Essas áreas de terra compactada formam um limite entre o interior e o exterior e eram usadas para atividades incluindo cozinhar ou mesmo trabalhar.
“Inesperadamente, durante a Covid-19, somos capazes de responder às mudanças no estilo de vida usando o doma interno para demonstrar o grande efeito de ter uma margem na casa”, afirmou o arquiteto.
O doma ocupa a maior parte do piso térreo, e por essa razão, as áreas sociais ficam no piso superior. A cozinha e a área de jantar estão situadas de um lado da escada central, com uma sala na outra extremidade.
Para o primeiro andar, o arquiteto também investiu em uma sala de tatame tradicional japonesa que pode ser separada do resto do espaço usando telas deslizantes shoji.
Fonte: Dezeen