Concreto, aço, ferro e MDF, mais parece a descrição de um prédio do que um restaurante argentino em Praga. Porém para o dono, Juan Cruz Pacin, é aí que está o diferencial de Gran Fierro.
Com 390 m2 de área, localizado no interior de um edifício histórico dos anos 1930, próximo à zona de monumento da UNESCO, o restaurante auto-denominado “alma sustentável” ganhou este espaço novo após uma grande reforma pelo premiado escritório tcheco Formafatal.
Os clientes pedem bife argentino e suculentas linguiças sentados em bancos talhados em vigas de aço, com uma parede de carvão que brilha à luz e revestimento de parede shou-sugi-ban – um método japonês de preservar a madeira por meio da carbonização.
“Tentar usar ao máximo o equipamento e mobiliário original, de alguma forma, nos deu uma direção. Vigas de aço expostas servem de base para bancos, barras de ferro dividem tanto visualmente o espaço quanto servem de prateleira para uma generosa parede de vinhos”, conta o arquiteto Dagmar Štěpánová.
O ambiente é dividido em 3 partes: uma área principal, com uma cozinha aberta integrada, uma externa, com um jardim de inverno, e uma ala com salas VIPs. Os blocos de concreto criam uma parede decorativa logo na entrada do restaurante. Este design é um símbolo de uma nova abordagem – não só no conceito arquitetônico, mas, sobretudo, no novo mindset do Gran Fierro e seu proprietário.
Paredes flutuantes
“A proposta original de Dagmar para uma parede de carvão desencadeou uma das maiores transformações do restaurante, porque íamos exibir peças de carvão como objetos decorativos e, por isso, tivemos de pensar profundamente no carvão vegetal e nas suas origens. Foi então que descobrimos que muitas produções de carvão contribuem para o desmatamento e decidimos nos conscientizar sobre o assunto e começar a produzir o nosso próprio carvão BIO verde. Agora podemos dizer que o muro é a nossa declaração mais forte”, conta o proprietário Juan Cruz Pacin.