Batizado de Casarão da Inovação Cassina, o edifício de 125 anos em Manaus, capital do estado do Amazonas, que foi cuidadosamente revitalizado pelo estúdio Laurent Troost Architecture, agora funciona como um co-working, local de trabalho compartilhado. O prédio totaliza 1.586 metros quadrados, distribuídos em quatro níveis. As fachadas foram limpas e grande cuidado foi tomado para preservar os elementos originais, como o gesso feito de pigmento de pó de arenito vermelho.
O estúdio optou por preservar as paredes exteriores de tijolo do edifício, juntamente com as restantes paredes de fundação em pedra. O interior foi reconstruído usando um sistema de aço pré-fabricado e um volume envidraçado na cobertura.
Um jardim tropical foi plantado em um espaço de altura tripla logo após a porta da frente. “O prédio abriga um jardim exuberante atrás da fachada principal, criando seu próprio microclima”, disse o estúdio. “Uma passarela atravessa o vazio sobre o jardim, lembrando uma das razões intrínsecas de Manaus: a floresta amazônica.”
Contíguos às escadas estão os quartos abertos com paredes envidraçadas que proporcionam vistas para o jardim interior. Uma variedade de espaços flexíveis podem ser encontrados dentro do edifício, incluindo zonas de trabalho, salas de reuniões e áreas de treinamento.
Na cobertura, há um restaurante com vista panorâmica do centro histórico da cidade e do Rio Negro. Grandes beirais do telhado revestidos de madeira ipê – também conhecida como nogueira brasileira – ajudam a sombrear a estrutura.
Sobre o edifício
O edifício está localizado em um distrito digital emergente na cidade. O seu nome foi escolhido através de votação pública organizada pelo município, dono do edifício.
Sua estrutura original foi construída no final da década de 1890 para abrigar o luxuoso Hotel Cassina, de propriedade de um italiano chamado Andrea Cassina. Depois que uma crise financeira devastou a região, o prédio tornou-se um local de jogo e prostituição chamado Cabaré Chinelo.
Ele fechou por volta de 1960 e começou a se deteriorar. Ao longo das décadas, o interior desmoronou e a vegetação tomou conta do edifício, resultando em uma imagem visual marcante que o arquiteto Laurent Troost quis homenagear de alguma forma.
Fonte: Dezeen