O horizonte desimpedido tanto aos lados, quanto à frente desta residência em Bragança Paulista, a 90 quilômetros de São Paulo, faz parecer com que a construção flutue – ou nem seja de verdade. Mesmo da fachada, o projeto de Candida Tabet é imponente: a marquise elaborada com treliça de madeira, elegantemente estaiada pela borda da cobertura, protege a varanda à beira da piscina do sol e da chuva. A piscina infinita, aliás, parece ganhar vida e transbordar da tela, estendendo uma larga vista panorâmica da cidade a partir da fachada norte.
Da cobertura externa, a sala de estar projeta-se com uma continuidade natural. A residência de 1.127 m² segue os contornos gentis da luz solar, que mergulha toda a área interna em um sonho tropical. A belíssima malha de luz que adentra através dos brises deixa estampado seu desenho geométrico por todo piso e paredes das áreas abertas da residência. A luminosidade abundante é imprescindível ao trabalho de Candida Tabet, que faz da poética solar um destino para verter seu trabalho.
Na eletrizante incursão de desafiar os limites entre interior e exterior, encontram-se construções que não se resumem à arquitetura, mas são verdadeiros templos do extraordinário, que refletem o olhar cuidadoso e detalhista da profissional à frente do escritório homônimo há mais de 20 anos.
Assim é a Casa no Quinta da Baroneza. A arquitetura contemporânea faz jus à localização privilegiada, próxima à Mata Atlântica, e tira proveito do cenário da melhor forma possível. Projetada para um jovem casal e seus três filhos, a casa desfruta da arquitetura como um meio para inspirar o convívio entre os membros da família, somando ao projeto espaçosas áreas comuns que podem ser aproveitadas por todos.
Outro símbolo do traçado de Candida Tabet é a contemporaneidade voltada ao bem viver, que em seu trabalho aparece lado a lado a práticas e soluções originais de boa arquitetura. Nesta casa, a belíssima estrutura exposta é talvez a melhor representação disso, pois esta assume não somente caráter estético, mas também estrutural no projeto. Nela, foram equilibrados grandes balanços com mínimos apoios, viabilizados somente graças ao uso da madeira Eucalipitus Grandis. Esta possibilitou também a criação de lajes secas montadas sobre as vigas e pilares laminados da construção.
Quanto ao mobiliário, vale destacar a paixão inalterável da arquiteta por móveis autorais que parecem ter sido desenhados especialmente para os ambientes onde habitam. E é isso mesmo que acontece: por vezes, as peças de design que encaixam perfeitamente à decoração vêm à mente de Tabet apenas com uma única olhada no layout.
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