Quando comprou este apartamento de 68 m² na planta, na Gávea (bairro na zona sul do Rio de Janeiro), a moradora solicitou à arquiteta Natália Lemos um projeto totalmente personalizado para que houvesse o mínimo de obra possível quando recebesse as chaves do imóvel. “No geral, ela queria um novo lar atemporal com ambientes integrados, cores claras e uma atmosfera aconchegante”, lembra Natália.
Na planta proposta pela construtora, a arquiteta mudou apenas a posição das peças da cozinha e, a partir daí, definiu todo o conceito do projeto. Por ter um tom claro e evocar uma atmosfera sutilmente feminina e jovial, a madeira carvalho foi usada para revestir toda a marcenaria do apartamento, desde os painéis de parede até o forro do teto.
Para clarear os ambientes e acrescentar texturas, ela usou também painéis brancos ripados, além de uma pedra lisa rajada bem diferente, que se tornou o ponto focal no frontão da cozinha e na pequena bancada gourmet da varanda. “Nosso conceito foi baseado no tom sobre tom, no mix de texturas e na sensação de aconchego”, resume.
No que se refere à decoração, tudo é 100% novo, com predominância de peças neutras e atemporais, em sintonia com a paleta escolhida para o projeto – madeiras claras e tons que variam do branco ao bege. Na sala se destacam a marcenaria única – que forma a base do sofá e depois vira um banco que dá apoio à pequena mesa de jantar – e a poltrona Kilim, criação do mestre Sergio Rodrigues.
Como a cozinha é totalmente aberta para sala, a arquiteta preferiu usar prateleiras no lugar de armários superiores para deixar o espaço visualmente mais leve. Ela também aumentou a altura do frontão da bancada para evidenciar a beleza da pedra rajada, usada na bancada e replicada na parede.
A varanda foi ambientada com um banco único de marcenaria ripada (com cachepô acoplado na lateral) e um balanço de vime, fixado no teto. Outro destaque é o painel de muxarabi que, além de dividir este espaço e proporcionar privacidade, projeta dos dois lados um jogo de luz e sombra bastante agradável.
No quarto da suíte, a arquiteta projetou um armário que passa por cima da cama, criando uma espécie de moldura para ela, além de espaço de armazenamento aéreo.
Já no quarto de hóspedes, também usado como home office pela moradora, o grande destaque é o tablado com colchão, que tem dupla função: serve de cama ou canto de leitura.
O banheiro social foi projetado com cara de lavabo e, para isso, a arquiteta criou uma caixa em marcenaria ao redor da cuba, executada com o mesmo porcelanato que reveste a parede. Já o banheiro da suíte da moradora ganhou um armário de madeira com ripas brancas que reproduz o revestimento da parede.