Artesanato, cultura local, design circular: o melhor da MADE 2019
Com o encerramento da feira, confira quais foram as exposições que se destacaram nesta edição
A 7ª edição da MADE – Mercado Arte Design encerrou ontem, 25 de agosto. Nos últimos quatro dias, a principal feira de design colecionável do Brasil ocupou o Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, com inovações em design que procuraram valorizar a produção autoral da América Latina.
A CASACOR conferiu de perto as exposições, e separamos para você o que de melhor rolou por lá.
Stephanie Andrade estreia na MADE com a coleção Roda-Vida, que revisa o design sustentável levantando questões sobre os principais materiais utilizados na produção de design brasileiro. A coleção convida a repensar as etapas de fabricação das peças, com o chamado design circular, que sugere soluções conscientes para o consumo de recursos naturais.
O design mobiliário de André Grippi explora a funcionalidade e as sensações envolvidas no seu uso. As peças suscitam diferentes percepções sobre suas relações com usuário, e valorizam as expressões contidas em cada uma. O geometrismo que as peças de Grippi desenham é sua característica mais forte, evidenciada em um design limpo e objetivo.
A exposição de Nicole Tomazi e Sérgio Cabral é surpreendente. Fármaco reflete sobre o design como uma forma de cura, uma medicina que revitaliza o corpo todo. Foram mais de 20 tipos de madeira utilizados, 400 piões e 160 corações de cristal para preencher os pequenos frascos de medicamento.
Swing é um projeto de design têxtil que busca revitalizar e revalorizar a tradição do tear manual. As peças de Veronica Cordeiro propõem novas maneiras de usar o corpo, em um estado de descanso ergonômico e gentil.
Feitas de lã merino uruguaia, as peças suscitam uma reflexão sobre a cultura de uso e descarte industrial, e revitalizam tradições ancestrais do país, desenvolvendo mais empregos na tecelagem, além de soluções de design inusitadas e sustentáveis.
Alexandra Larsen e Ramón Laserna começaram o projeto &Lar depois de encontrar estruturas de cadeiras de metal abandonadas perto de Bogotá. Os designers encontraram nesta uma oportunidade para reviver a cultura colombiana de cadeiras tricotadas.
A argila foi o ponto de partida para Giácomo Tomazzi desenvolver a coleção Terra. A textura da matéria remete ao primitivo, estimula o tato e a conexão com a natureza, propósitos principais das peças.
Buscou-se também a valorização do trabalho feito a mão, tendo sido desenvolvidas novas peças, entre vasos, mesas, luminárias e um suporte de planta de piso. De Canelinha, em Santa Catarina, as argilas vermelha, branca e arenosa foram manuseadas durante seis meses em uma olaria familiar local.