Exposição destaca os talentos manuais e habilidades gráficas de Ray Eames
A mostra destaca a capacidade infalível da designer de misturar cores e formas com movimento e profundidade
Ray Kaiser Eames (1912–88) formou-se como artista e Charles como arquiteto, mas cada um trouxe muito mais habilidades e interesses para o que – começando com seu casamento em 1941 – se tornou uma das parcerias mais criativas do século XX; uma que cobria principalmente design (de móveis e brinquedos a exposições), curtas-metragens (mais de 125) e apresentações multimídia.
É quase impossível fazer parte do mundo do design moderno e não conhecer a prolífica equipe de marido e mulher – Charles e Ray – responsável por co-fundar o Eames Office. Como criadores de tantos designs icônicos, eles e sua influência são celebrados há décadas.
Agora, o Eames Institute of Infinite Curiosity lançou uma exposição – Ray’s Hand – que se concentra exclusivamente em Ray, seus talentos e os papéis de gênero contra os quais ela trabalhou, típicos da época. A exposição foi inaugurada em 15 de dezembro de 2022 para marcar o que seria seu 110º aniversário. A mostra é gratuita para todos explorarem e aproveitarem online.
Extraindo da coleção do Instituto Eames – que inclui itens que não foram vistos desde o fechamento do Eames Office, em 1988 – a exposição destaca artefatos como esboços, restos e ferramentas que eram partes integrantes do processo criativo de Ray.
Cada item ilustra as contribuições e talentos de Ray, que, às vezes, podem ser vistos como obscuros. Enquanto isso, Charles sabia melhor, sempre dizendo “qualquer coisa que eu possa fazer, ela [Ray] pode fazer melhor”.
Inicialmente conhecida por seu trabalho como pintora, Ray transformou sua paleta no mundo de móveis, gráficos, filmes, showrooms, exposições e arquitetura dos Eames.
Nos bastidores, Ray também foi decoradora de cenário, estilista, colorista, consultora de materiais e apresentadora – todos os papéis que foram minimizados e mal interpretados na época como pequenos papéis atribuídos às mulheres. Quando, na verdade, Ray foi uma pioneira que merece sua parte dos holofotes por fazer coisas que agora são suas próprias indústrias individuais.
O amor de Ray pelo design funcional transbordou até para seu próprio guarda-roupa. Llisa, neta do casal, compartilhou que Ray desenhou suas próprias saias e vestidos para incluir muitos bolsos “para guardar algumas moedas, sua carteira, uma lupa, canetas, tesoura em uma bainha, pequenos blocos de notas, um calendário, alfinetes de segurança, chaves, grampos de cabelo, clipes de papel, um lenço com borda de renda, fitas de gorgorão, amostras de cores de papel, cartões de visita, uma câmera Polaroid – e até, de vez em quando, um presente como um ursinho Steiff que ela me deu.”
“Minha avó ajudou a moldar minha visão sobre design. Vi nela como o design era uma ferramenta poderosa para avaliar e resolver problemas. Aprendi com Ray e Charles como um objeto pode se tornar tão bem projetado que você esquece que ele já foi projetado – como um pião ou uma pipa”, conta Llisa.
Informações: Design Milk