No mundo do design, a busca por inovação e impacto é constante. Uma abordagem que tem ganhado destaque nos últimos anos é o Kinetic Design, ou Design Cinético, que é uma abordagem que se concentra no uso de elementos em movimento para criar estímulos visuais e ampliar possibilidades de expressão e interação.
As raízes dessa vertente do design remontam do movimento artístico conhecido como Op Art (abreviação de optical art) que ocorreu durante as décadas de 1950 e 1960. Artistas como Victor Vasarely e Bridget Riley exploraram ilusões de ótica e padrões geométricos em suas obras, criando imagens que parecem se mover diante dos olhos do espectador. Vasarely foi ainda mais longe ao criar, em 1955, um manifesto intitulado “Manifesto Amarelo”, onde estabeleceu os fundamentos do cinetismo.
Embora o Kinetic Design ofereça uma gama de possibilidades criativas, também apresenta muitos desafios, como o equilíbrio entre estética e funcionalidade, além de muitos estudos e protótipos que pretendem alcançar o resultado esperado sem perder o desempenho e acessibilidade. Na arquitetura e decoração, as instalações cinéticas incorporam movimento ao espaço físico, criando ambientes que se transformam e interagem com os ocupantes. Veja alguns exemplos:
EvolutionDoor – Klemens Torggler
A porta EvolutionDoor, desenvolvida em 2012, é a obra mais conhecida do designer alemão Klemens Torggler. Diferente de seus trabalhos cinéticos anteriores, este objeto se desdobra em uma terceira dimensão enquanto se move, apresentando economia espacial de uma porta comum e também uma estética escultórica. Cada quadrado é contornado por um material macio e elástico que serve de proteção contra impactos. A EvolutionDoor foi produzida em uma variedade de versões, algumas mais minimalistas e outras mais robustas, apresentando superfícies de vidro ou tecido, demonstrando também sua versatilidade visual.
The Wave Cabinet – Sebastian Studio
Com um mecanismo de abertura delicado que lembra a fluidez de um leque de papel, o buffet The Wave Cabinet, do artista e designer chileno-americano Sebastian ErraZuriz, oferece múltiplas configurações que transformam a simples ação de abrir e fechar em uma experiência estética e cinética. Esta obra desafia as expectativas convencionais de móveis, convidando os espectadores a repensar sua relação com objetos domésticos cotidianos e a explorar novas possibilidades de interação e apreciação.
Kinetic Cabinet – Yarmles
O Kinetic Cabinet da Yarmles, marca californiana de marcenaria, é um elegante armário feito em mogno que apresenta portas cinéticas que ocultam com facilidade o seu interior, sendo ideal para organizar diferentes objetos.
Flow Wall Desk – Robert Van Embricqs
A Flow Wall Desk, projeto original de Robert Van Embricqs, é uma escrivaninha adaptável que com apenas um movimento, transforma-se em uma área de trabalho separada. Inspirado por eventos globais recentes e tendências de longo prazo, Van Embricqs criou uma peça que confere dignidade ao espaço de trabalho digital por meio de texturas quentes e fixações duráveis. Adaptável a qualquer parede, pode ser utilizado em diversos ambientes internos, se transformando em uma escrivaninha ergonômica em interiores compactos.
SurfBench – Kim Andre Lange
O SurfBench é um banco desenvolvido pelo design alemão Kim Andre Lange que desafia a concepção convencional de que sentar é apenas uma atividade estática. Seu movimento ondulante desperta curiosidade, incentivando a exploração dos espaços. Projetada para tornar o tempo mais agradável pela interação lúdica, transforma a energia cinética em movimento de onda. As ondas são imperceptíveis ao sentar, mas mudam de direção ao encontrar uma pessoa, outra onda ou o fim do banco. Cada um pode interagir e alterar o comportamento do banco.
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