Alex Hanazaki é um dos raros nomes do paisagismo brasileiro contemporâneo com reconhecimento internacional. Duas vezes premiado pelo ASLA, American Society of Landscape Architecture, o arquiteto paisagista foi o primeiro e único brasileiro a receber a premiação que reconheceu em 2017, o projeto da Praça Eliane, criado na CASACOR São Paulo 2016, o mais bonito do mundo na categoria Design Geral.
Herdeiro do legado do paisagista, arquiteto e artista plástico Roberto Burle Marx, Hanazaki também se notabilizou por projetos de grande expressividade em que mescla natureza e arquitetura de forma rara. Apaixonado por desenho, desde a infância, o paisagista é um criador de belezas milimetricamente projetadas.
Na conversa, realizada no modo live, na semana passada, pelo Shopping JK Iguatemi, Alex Hanazaki começou revelando a todos que nunca sonhou em ser paisagista. O ofício surgiu como uma consequência do curso da Faculdade de Arquitetura. “Nos anos 1990, o paisagismo ainda era pouco explorado e muito elitizado, voltado para poucos”. A iniciação no universo do paisagismo veio com a oportunidade de um primeiro estágio na área. “Foi na prática que descobri que o paisagismo era uma área pouco explorada e com muito potencial”, afirma. Outra revelação, foi descobrir que Alex Hanazaki, optou por abrir as portas de seu escritório, recém-formado. “Ao me formar, nos anos 1998, eu surfei um pouco nessa onda de crescimento da construção civil com foco no paisagismo. Foi algo meteórico, me formei e logo estava com um escritório repleto de projetos de arquitetura paisagística.
Fora isso, Alex fez questão de lembrar que o boom do paisagismo durou pouco – apenas uma década – entre os anos 1950 e 60, no Brasil, com os projetos de grande porte criados pelo mestre Burle Marx. Logo após essa fase de intensa criação, veio um momento de encolhimento. “Essa fase heróica, que aconteceu no Brasil, foi única. E, com certeza, foi um dos maiores momentos do paisagismo urbano do mundo, mas logo depois desses grandes projetos, o paisagismo aqui no Brasil foi muito pouco pensado e explorado.”
E, no final da conversa, quando foi perguntado pelo anfitrião Bruno Dias (ele mesmo um empresário da áreas de eventos) sobre a importância de participar de eventos da área para a construção de uma marca, da marca Alex Hanazaki, ele respondeu enfaticamente: “Participar eventos como a CASACOR é quase vital, é necessário. Sou fruto de CASACOR. E faço parte de uma geração que surgiu nos anos 2000 – minha primeira CASACOR foi em 2002 – que tiveram seus nomes conhecidos e reconhecidos pelo mercado, público e imprensa por meio da CASACOR“.
Para encerrar o bate-papo Alex fez um desabafo: “O Brasil precisa consertar várias coisas, antes de apenas pensar em embelezar as cidades. É preciso criar meios para que as pessoas possam viver em suas cidades. A pandemia deixou claro a importância das áreas verdes urbanas, qualquer pequeno espaço, uma pequena praça foi extremamente importante. O verde é fundamental para a saúde das pessoas.”