5 obras inesquecíveis de Lina Bo Bardi
Primeira arquiteta brasileira mulher ganhadora do prêmio Leão de Ouro, ela deixou como legado obras famosas como o MASP e o Sesc Pompéia
A arquiteta Lina Bo Bardi nasceu em Roma em 1914. Mas sua história no Brasil começou anos depois, em 1946. A carreira da arquiteta começou a ganhar destaque quando ainda estava em Milão, onde trabalhou com o renomado arquiteto Giò Ponti.
A mudança e cidadania para o Brasil aconteceu no período pós Segunda Guerra Mundial, em que Lina teve inclusive o seu estúdio bombardeado. Com a derrota da Itália, ela e o marido se mudaram para reconstruir a vida em território brasileiro.
A vinda para o Brasil trouxe – principalmente para São Paulo – obras magníficas de puro prestígio. Verdadeiras joias da cidade. Não à toa, a arquiteta foi a primeira mulher com cidadania brasileira a receber o Leão de Ouro pelo seu conjunto de obras exibido na 17ª Biennale di Venezia.
A seguir, separamos 5 obras memoráveis que demonstram o talento da arquiteta. Confira!
1- MASP
O Museu de Arte de São Paulo é um dos pontos turístico paulistanos mais conhecidos e populares em todo o mundo. Com o objetivo de estimular a cultura, o local se tornou um verdadeiro espaço de convivência e apreciação artística.
Diferente de outros museus, o MASP conta com um espaço aberto que convida o público a adentrar, mesmo aqueles que não estão dispostos a ver as exposições. E em seu exterior, é muito comum encontrar grupos de rua fazendo apresentações.
O MASP foi idealizado por Chateaubriand, que na época (década de 40 a 60) era um dos homens de maior poder da cidade, junto ao marido de Lina, o jornalista Pietro Maria Bardi.
Uma arquitetura moderna, à frente do seu tempo, e que simboliza o significado de São Paulo. Esse foi o resultado da obra prima de Lina.
2- Casa de Vidro
A Casa de Vidro de Lina Bo Bardi é sem dúvidas uma de suas mais famosas obras, que transcende épocas e inspira arquitetos brasileiros até o dia de hoje. Prova disso, foi a reprodução renderizada da casa de Lina, em Atibaia, interior de São Paulo, por Charlotte Taylor e Nicholas Préaud.
Essa obra foi o trabalho pioneiro da arquiteta no Brasil e se tratou de nada mais nada menos do que a casa em que ela e o marido viveram por mais de 40 anos.
Se hoje integrar projetos com a natureza é uma tendência, podemos dizer que Lina foi visionária. Com estruturas de vidro que davam vista ao meio ambiente, a arquiteta preservou o verde que cercava o local e tornou isso parte de sua residência.
Hoje em dia, a casa é aberta para visitação, e faz parte do Instituto Lina Bo Bardi e P. M. Bardi.
3- MAM
O Museu da Arte Moderna de São Paulo contou com dois grande ícones da arquitetura brasileira: Oscar Niemeyer e Lina Bo Bardi.
Localizado sob a marquise do Parque do Ibirapuera – obra de Niemeyer – o edifício contou com projeto arquitetônico do renomado arquiteto brasileiro (1954), e contou com repaginação de Lina anos mais tarde (1982), que é como o conhecemos hoje em dia.
Unindo o modernismo dos dois arquitetos, o MAM se tornou um clássico. Sua fachada espelhada e formato circular representam bem essa dinâmica, e hoje, é um dos museus mais visitados da cidade de São Paulo.
4- Sesc Pompéia
O Sesc Pompéia é uma verdadeira obra de arte. A simplicidade do concreto e dos tijolos aparentes tornam o espaço um marco de modernidade, que encanta a todos que o visitam.
Foi graças a obra que Lina Bo Bardi recebeu o prêmio como 6ª melhor construção em concreto do mundo, pelo jornal The Guardian.
O grande desafio relacionado a obra foi que se tratavam originalmente de uma grande fábrica, e Lina precisou criar sua obra e colocar sua criatividade para transformar o espaço.
Espaços de convivência, museu, palco para peças e shows, refeitório, parque, entre outras atividades são incorporadas ao local.
5- Teatro Oficina
E para fechar, nada como exibir aqui um dos últimos projetos da vida e carreira de Lina Bo Bardi: o Teatro Oficina.
Construído na década de 60, o local era um verdadeiro polo de cultura na cidade de São Paulo. Com seu visual industrial, ele contemplou diversos movimentos que estavam fervorosos nessa época. Foi nele que nasceu o movimento Tropicália, por exemplo.
Em 1966 houve um incêndio no local, que alterou a arquitetura do espaço (que nunca mais voltou a ser a mesma de antes).
Em 1990, Lina usou sua experiência com o MASP para propor mudanças significativas ao ambiente. Ela investiu em grandes paredes de vidro – marca registrada da arquiteta – e deixou um local mais aberto e fluido para a passagem.
O espaço é aberto ao público e recebe mostras, exibição de filmes e visitantes que queiram conhecer o trabalho da arquiteta de perto.