Energia solar, tecnologia para reutilização de água da chuva, reciclagem do lixo, enfim, a sustentabilidade como um todo é um dos fatores mais levados em consideração na hora de comprar um imóvel, segundo estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Brain Inteligência Estratégica.
Assim, um projeto paisagístico sustentável também entra neste fator decisivo de compra, isso porque, a maioria das pessoas não sabe que o paisagismo convencional usa espécies exóticas invasoras que impactam o bioma original.
O livro “Paisagismo sustentável para o Brasil: integrando natureza e humanidade no século 21”, escrito pelo paisagista Ricardo Cardim, revela que 90% das espécies de plantas utilizadas em projetos de paisagismo no Brasil, o país de maior biodiversidade do mundo, vem de outros países, seguindo motivações estéticas e comerciais, desconexas da vegetação nativa com baixo potencial ecossistêmico e gerando prejuízo à flora e à fauna locais.
O paisagismo regenerativo vai na contramão do paisagismo comercial e aposta em espécies nativas, endêmicas e em risco de extinção, com o objetivo de propagar a difusão da flora local, garantindo um viés sustentável para o projeto.
“A proposta é gerar a sensação de que aquelas plantas sempre estiveram ali no terreno e o edifício cresceu entre elas. O paisagismo regenerativo também foi usado no ático, com espécies nativas de diferentes tamanhos, cores e texturas para que os moradores se sintam convidados a usar esse espaço externo”, explica o arquiteto e paisagista Felipe Ferreira, que assina o empreendimento Muda WF, com a consultoria de Iago de Oliveira, da Bloco Base, visando a regeneração dos ecossistemas urbanos.
Outros benefícios de um paisagismo sustentável, naturalista e regenerativo são: a contribuição com a paisagem local, para um caminhar mais agradável nas redondezas do edifício, conforto termoacústico dos moradores e a dispersão das sementes para regeneração urbana.